sábado, 10 de setembro de 2011

Ateus (a.k.a. mal da humanidade)

Ainda estou chocada com esse vídeo, não sei nem o que postar. Só sei que estou de saco cheio desses conservadores cristãos. Pensei que esse tipo de pensamento em relação a ateus e agnósticos já tinha sido de certa forma superado. Estou vendo que não. Colocar os ateus no mesmo nível de criminosos, porque "não têm limites"? Queria vê-lo num presídio fazendo essa pesquisa e descobrindo que a maioria acredita em Deus. Ele poderia perguntar também quantas pessoas foram mortas "por Deus" ou em seu nome e quantas foram mortas por ateus. Vamos ver a reação dele.



E a indignação continua.

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Primeiro post: Bad Romance

Bom, acabei de criar esse blog para publicar minhas ladainhas e exercitar minha escrita, já que uma das coisas que mais farei no meu ofício será escrever. Pois bem, meu primeiro post será sobre a música que me inspirou ao blog.

Outro dia, numa conversa com o Júlio Sandes, sem querer fiz uma análise semiótica do clipe da Lady Gaga, não lembro muito bem tudo o que disse, mas tentarei. Como sempre digo, Lady Gaga é uma artista, embora grande parte das pessoas neguem. Acho que um dos focos do seu trabalho é a estética, muito bem trabalhada no vídeo. E qual o trabalho da Lady Gaga? Utilizar samples manjados nas músicas? Ser mais uma que paga de original e inovadora, mas que na verdade imita um monte de gente?

Bem, tudo hoje em dia é reciclagem da reciclagem da reciclagem de alguma coisa. Tudo se transforma e é resignificado na cultura e na música. Como disse Roberto Benigni dando aula de poesia em O Tigre e a Neve: "Não procurem a novidade. A novidade é a coisa mais velha que existe".

Conhecia uma ou duas músicas da Lady Gaga, mas não curtia muito, nunca gostei de música eletrônica. Um dia acabei ouvindo "Bad Romance" toda e adorei o ritmo, depois busquei mais algumas coisas dela. Enfim, não é disso que quero falar, mas sim, de como o clipe em questão é uma metáfora da carreira de Gaga, da fama e da indústria musical (e cultural), nos dias atuais. Pois bem, vejam o vídeo:



Primeiramente, vemos o Bath Haus of Gaga, de onde saem seres "amorfos" de caixões. A Haus of Gaga, para quem não sabe, é a parte criativa da estética da Lady Gaga, responsável por suas roupas, acessórios, cenários, etc. Depois disso, Lady Gaga aparece se olhando no espelho usando o visual da época do The Fame, seu primeiro álbum, cuja temática são as "badalações" da vida de celebridade. Essa figura desaparece no restante do clipe e o que vemos é a transformação da Gaga "limpa", por algumas mulheres que a levam para um aparente chefão da máfia ou cafetão. A mulher que antes possuia traços "inocentes", destacados pelos olhos dilatados, agora se veste de forma sensual e parece ser forçada a seduzir esse big boss. Para mim, parece óbvio que esse homem representa os grandes empresários, a indústria artística em si, e o público. Ela precisa cativá-lo e receber sua aprovação, mesmo que seja necessário "apelar" com uma lap dance.
Da metade para o final ela se torna o centro das atenções e é criado o Fame Monster, cheio de brilho e parefernálias de "luxo" que deveriam embelezar, mas acabam tornando-o bizarro e auto-destrutivo. No final, a "grande meretriz" acaba por "implodir o pop", destruir seu "criador". O seu bad romance é a relação do artista com a mídia, da mídia com o público, do público com o artista, das pessoas com os bens materiais que as definem, dos indivíduos entre si. Na vida, tudo é um bad romance, com altos e baixos, paixão e destruição. E é isso que a Lady Gaga quer, se moldar e se entregar para a fama, colher seus bons e maus frutos, criar monstros. Enfim, infinitos são os significados nas músicas e clipes de Gaga, não acho que todas as manifestações dela sejam para "aparecer", mas sim, chocar, mostrar o "não-natural", o bizarro, o diferente, chacoalhar os padrões nessa fase de transição que a sociedade passa, com o advento das novas tecnologias, das novas relações, tudo será reciclado.